segunda-feira, janeiro 25, 2016

Marcelismo II


Para quem viveu o Marcelismo I será fácil comprrender o Marcelismo II. O Marcelismo I foi um salazarismo sem Salazar, como o Marcelismo II vai ser um cavaquismo sem Cavaco. O mais interssante destes 5 anos vai ser a intriga da corte, em que MRS é um expert. De resto, é importante concluir que esta campanha, por si só, mudou o País. Acabou o jornalismo, substituido pelo marcelismo de MRS, que reduziu quase todos os jornalistas a clones, no estilo do novo Presidente da República que é, na essência, há mais de 40 anos, um criador de factos políticos. O que, na realidade, não existe, passa a existir desde que seja dito na televisão.
Isot é muito perigoso.

Não tenho Presidente

Acabem com essa treta de que o Marcelo é o Presidente de todos os portugueses. Era o que mais faltava. Meu não é, apesar da simpatia que tenho por ele. Nunca votaria num troca tintas, muito menos num troca tintas assumido. Marcelo é o Presidente de 2.410.171 portugueses que votaram nele ou, no máximo dos 4.737.342 votantes. 
Os eleitores são 9.700.959. Não votaram 4.963.617 portugueses recenseados mais um número indeterminado de portugueses que foram cortados, sem aviso prévio, dos cadernos eleitorais, por terem mudado de residência para o estrangeiro, onde o recenseamento não é obrigatório. 
Os emigrantes passaram a ser, realmente, portugueses de segunda. Se um cidadão muda de Lisboa para o Porto a atualização do recenseamento é automática, no momento da alteração do cartão de cidadão. 
Se mudar para São Paulo ou Londres não. Cortam-no no recenseamento de origem e não o inscrevem no do destino. Se quiser recensear-se tem que passar as passas do Algarve, porque não é fácil a inscrição nos consulados.
Bem feitas as contas, Marcelo foi eleito por 24,8% dos portugueses. sem contar com os que foram riscados dos cadernos.