sábado, maio 02, 2015

O fim da TAP

Há menos de um ano foi anunciado o fim do BES, que era considerado o melhor banco português e, de um momento para o outro, passou a ser chamado de "banco mau",  predestinando-lhe um destino legal de mau pagador,
O autor da marosca foi o Banco de Portugal, que é, precisamente, a entidade em cujas mãos o Estado depositou o dever de garantir, por via da fiscalização, a confiança no setor financeiro.
Estamos longe de dispôr dos elementos essenciais para a compreensão de um ato administrativo chamado de resolução, que corresponde, na prática, a um verdadeiro assalto.
Até ao dia  3 de agosto de 2014, era suposto que se vivia em Portugal  num "estado democrático de direito."
Depois dessa data, passamos a viver num sistema totalitário, onde, ao que parece, o Estado e o Banco de Portugal podem tomar de assalto o património privado sem prestar contas a ninguém.
No que se refere ao Banco Espírito Santo S. A., foram os acionistas chamados a aprovar as contas, tendo.o feito com votos de 99,84%, no dia 5 de maio de 2014.
O Banco teve um prejuizo de 517,6 milhões de euros, valor insignificante que, até ao momento não foi corrigido ou alterado por alguém com legitimidade para tanto.
O que ouvimos é que estes valores são falsos, mas ninguém adotou procedimentos adequados para, havendo erro, os corrigir.
Há poucos dias, o Banco Espírito Santo informou o mercado de que... não vai apresentar contas aos acionistas.
Mudou o Mundo, porque mudaram os princípios, de forma adequada a permitir tudo, para apropriação da riqueza alheia.
A lógica intrínseca das sociedades anónimas é a de que, em caso de insustentabilidade (quando os proveitos não sejam suficientes para suportar os custos) se liquidem, em processos falimentares. pagando-se as dívidas e dividindo as sobras pelos acionistas.
Quanto vale a TAP?
Há várias perspetivas de resposta:
Num certo sentido vale o que seria necessário para instalar e pôr em funcionamento uma companhia como ela é.
Num outro sentido vale o que vale o seu património, no estado atual.
Num terceiro sentido vale o que resultar da fórmula que nos diz que a cotação é igual ao rendimento vezes 100 dividido pela taxa de juro.
Para os defensores deste último método de avaliação - que parece serem o grupo dominante - a TAP não vale nada, porque, graças à consolidação de contas com a Vem brasileira, tem resultados negativos.
Sustentam eles que melhor será dá-la, dada de borla, pagando para além disso todas as dividas, do que mantê-la.
É a lógica das modernas quadrilhas de Estado, protegidas por uma nova conceção, que é não só ajuridica com contrária ao direito.