terça-feira, maio 31, 2011

Porque vou votar no Bloco de Esquerda

O melhor que pode acontecer a Portugal no próximo dia 5 de Junho é que não haja nenhuma maioria nem possibilidades de constituir uma maioria parlamentar visando a viabilização de um governo do tipo de «salvação nacional».

O melhor que nos pode acontecer é que os resultados eleitorais deem lugar a um governo sem apoio parlamentar maioritário, que não possa ser chantageado pelos credores internacionais e pelas instituições financeiras nacionais e coagido a adotar medidas adequadas a forçar o país a alienar o seu futuro ou a hipotecá-lo de forma irreversível.

Uma dívida pública correspondente a um PIB anual não é uma coisas excessivamente grave. Porém, se esse divida for duplicada, em condições financeiras de cumprimento inviável, criar-se-à um quadro que tornará impossível a vida em Portugal.

Todos somos obrigados a reconhecer que houve excessos nos gastos públicos; e todos teremos que concluir que é impossível manter os níveis da despesa pública, acelerada pelas lógicas de um compadrio que, gerando lucros imensos aos compadres, cria uma ilusão de receita tributária que não corresponde a uma produtividade efetiva.

O que Portugal tem que fazer imediatamente é anular toda a despesa inútil, mesmo que isso implique uma redução do produto, sob pena de se afundar cada vez mais.

E só o fará se se inviabilizar o acordo com a troika, que mais não visa do que manter idênticos níveis de endividamento, com vista ao favorecimento das clientelas que fazem a desigualdade em Portugal.

Claro que há problemas humanos que importa equacionar: a extinção de serviços públicos inúteis implica a dispensa de milhares de funcionários. Mas os funcionários são o fator mais barato dos serviços públicos, pelo que talvez  seja possível criar programas sociais que evitem que eles sejam colocados na mesma situação em que são colocados os trabalhadores de empresas insolventes.

A receita fiscal corresponde, antes da reforma projetada pelos credores de Portugal, sensivelmente ao dobro dos custos da saúde e da educação. Significa isso que é possível manter os mesmos níveis de  qualidade da saúde e da educação desde que o Estado limite a despesas em outros setores a outro tanto.

Isto não é possível com a reforma preconizada pelos credores internacionais, que pretendem, sobretudo, envolver o Estado numa espécie de nacionalização dos prejuízos da indústria financeira.

Ora, o Estado não tem que se envolver nessa responsabilidade.

Não  há nenhuma razão que justifique os o Estado apoie os bancos e evite a sua falência, quando todo o dia são declaradas insolvências de dezenas de empresas. E, sobretudo, não há nenhuma razão para que sejam os cidadãos, que permitiram ganhos milionários da banca, durante os últimos anos, a pagar o fracasso das suas aventuras.

O Estado deve reduzir a despesas ao montante da sua receita;  e deve negociar com os credores um plano de insolvência sério, que permita a satisfação dos seus compromissos, sem anular a atividade económica.

Mas não pode – nem deve – suportar os prejuízos gerados pelas jogatinas da bolsa e pela aventura financeira dos cidadãos ou das empresas.

Só para dar um exemplo,  Joe Berardo obteve um crédito de 1.000 milhões de euros para comprar ações do BCP.  Porque razão hão-de ser os contribuintes a tapar esse buraco?

Se houver uma maioria e um governo estável, esse e outros buracos serão tapados pelo Estado, agravando-se a dívida pública e tornando-se o país ainda mais insolvente do que está.

O país tem, por isso, todo o interesse em que as eleições do dia 5 de Junho não conduzam a um governo maioritário, que assuma uma posição subserviente em relação aos credores.

Todos ganhamos se os resultados não gerarem uma maioria nem um quadro que permita coligações pouco escrupulosas, visando o agravamento da dívida pública.

Não há auxílios internacionais, como dizem os partidos do centrão. Há empréstimos usurários, que nunca conseguiremos pagar e os partidos do centrão não querem outra coisa, que não seja agravar o calote.

Falam eles em interesse nacional no pagamento aos funcionários e aos pensionistas, mas  não falam em interesse nacional no pagamento aos trabalhadores das empresas privadas que todos os dias são lançados no desemprego. Nem falam em interesse social na redução dos privilégios da classe política, que suga escandalosamente os recursos do país, a começar por um presidente da República inútil, que consome quase 20 milhões de euros por ano.

Não concordo com as soluções avançadas pelo Bloco de Esquerda no que se refere à despesa pública. Mas tenho para mim que é esse pequeno partido que faz o melhor diagnóstico não só das contas públicas como da economia portuguesa.

O diagnóstico é meio caminho andado.

Esse diagnóstico aponta  para a necessidade de negociar a dívida com os credores e de lhes apresentar um plano de pagamento que seja sustentável, em vez de permitir o crescimento do calote, em termos que arruinarão as gerações futuras.

Parece-me que esse é o único caminho razoável e sério que, independentemente das demais divergências, se apresenta ao país.

Por isso, eu que sempre votei no PS, vou votar no dia 5 no Bloco de Esquerda.

31/5/2011

PS - Na diáspora, fora da Europa, recomendo o voto em Carolina Almeida, do PS

XENOFOBIA RELATIVAMENTE AOS PORTUGUESES DA ÍNDIA

O tratamento dado pelo governo português aos cidadãos portugueses residentes na Índia é absolutamente inaceitável, à luz da Constituição e das leis da República.

A Índia é conhecida como a terra dos elefantes. Mas é Portugal quem se tem comportado, aos longo dos últimos 50 anos, como um elefante numa loja de porcelanas, no modo como trata o que lhe sobrou de um presença histórica mais longa que a que teve no Brasil.

Lastimavelmente, após uma descolonização que podemos, apesar de tudo,  considerar exemplar, é relativamente aos portugueses do antigo Estado da Índia (que não aos do Brasil, de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Macau ou Timor) que Portugal afirma inaceitáveis complexos coloniais.

Tal facto constitui um inaceitável paradoxo, a vários títulos.

A presença portuguesa na Índia é anterior e foi mais duradoura que a presença portuguesa no Brasil.

Os portugueses chegaram a Cochim em 1498 e só saíram de Goa, Damão e Diu em 1961, com a ocupação desses territórios pelo exército da União Indiana, a culminar um período de mais de 13 anos, em que o governo de Nehru tentou encontrar uma saída negociada para a integração do Estado da Índia na novel república, encontrando uma completa resistência de Oliveira Salazar.

Antes mesmo das diligências diplomáticas encetadas por Nehru, Mahatma Ghandi tinha sugerido, numa carta a Salazar, que concedesse a independência ao território, que é hoje o estado mais desenvolvido da República da Índia.

O Estado da Índia teve o fim que teve  e que era previsível, tanto mais que está hoje provado que a ocupação militar contou com o apoio de todas as grandes potências. Mas o processo de descolonização das demais possessões ultramarinas poderia ter sido completamente diferente e muito menos acidentado do que foi, se ali se tivesse iniciado um processo de descolonização negociada.

A embirração do velho ditador custou – e paradoxalmente continua a custar – demasiado caro a todos os portugueses, inclusive aos portugueses da Índia.

Quebrou-se, com os incidentes de 1961, uma relacionamento secular que todos (portugueses e indianos) tínhamos interesse em prosseguir e gerou-se um quadro de desconfiança que causou enormes prejuízos a ambas as nações e que ainda não está ultrapassado.

A língua francesa continua pujante no Pondichery, aonde os franceses chegaram 175 anos depois de Vasco da Gama ter tocado a costa do Industão. Porém, quando começaram os incidentes nos enclaves portugueses de Dadrá e Nagar Haveli, em 1954, eles iniciaram negociações com os indianos e entregaram-lhes, de facto, os seus territórios, em 1954, acabando a Assembleia Nacional francesa por ratificar a transferência dos territórios em 1963.

Poderíamos e deveríamos ter feito o mesmo e a língua portuguesa não teria sofrido o rombo que sofreu, falada à sucapa e em silêncio apenas em casa dos vencidos.

Em 31 de Dezembro de 1974, Portugal, representado por Mário Soares, assinou com a Índia um tratado pelo qual Portugal reconheceu a integração dos territórios de Goa, Damão e Diu na República da Índia, prometendo mutuamente os estados consolidar relações de amizade e cooperação, nomeadamente nas áreas da cultura e da preservação do património. Mas, em boa verdade, muito pouco se fez nesse sentido e, sobretudo, no sentido de valorizar uma comunidade de pessoas que, integrada embora na grande nação indiana, continuava a sentir uma especial ligação a Portugal.

Os militares, que estiveram no poder em Portugal em 1975 e conheciam bem as características desse povo, tiveram o cuidado de garantir que os descendentes até à terceira geração de cidadãos nascidos no antigo Estado da Índia, as suas mulheres e as suas viúvas, residentes nas colónias, que nesse ano ganharam a independência, não perderiam a nacionalidade portuguesa.

No que se refere aos cidadãos nascidos no antigo Estado da Índia, que eram portugueses, nos termos da Lei nº 2098, de 29 de Julho de 1959 e da Lei nº 2112, de 17 de Fevereiro de 1962, tinham a nacionalidade portuguesa originária os que nasceram antes da entrada em vigor do tratado de 31 de Dezembro de 1974, ou seja antes de 3 de Junho de 1975.

Apesar de a República da Índia não admitir a dupla nacionalidade, o governo de Nova Delhi concedeu a nacionalidade indiana aos portugueses residentes naqueles territórios, sem exigir que renunciassem à nacionalidade portuguesa. E paulatinamente essa gente foi inscrevendo o seu nome no registo civil português, passando os filhos, depois da entrada em vigor da nova Lei da Nacionalidade, a requerer a atribuição da nacionalidade portuguesa.

Até aqui não se verifica nenhuma anormalidade.

O que os filhos dos portugueses da Índia fazem é o mesmo que fazem os do Brasil, dos Estados Unidos, do Canadá ou do Luxemburgo.

A grande diferença reside no facto de aos cidadãos que residam na área de jurisdição do Consulado Geral de Portugal em Goa não ser possível requisitar um cartão de cidadão.

Apesar de este consulado ser um dos mais importantes que Portugal  tem em todo o Mundo – atenta a importância da comunidade portuguesa da Índia – não foi o mesmo equipado para receber requisições de cartão de cidadão.

A lista dos postos consulares em que é possível requisitar o cartão de cidadão abrange hoje consulados e vice-consulados muito menos importantes. Aliás, na Índia, é possível requisitar o cartão de cidadão na secção consular da Embaixada de Portugal em Nova Delhi que, porém, não aceita pedidos de cidadãos residentes no antigo Estado da Índia.

A falta de instalação do equipamento necessário para o processamento do cartão de cidadão em Goa é, já por si, um ato de discriminação, que é atentório não só da dignidade destes cidadãos, mas também da nossa História comum, que Portugal tudo tem feito por apagar, discriminando negativamente os habitantes daqueles territórios, por relação aos de outras antigas  possessões coloniais, como é o caso de Angola, Moçambique e Macau.

A situação é, porém, mais grave do que aparenta.

É que, se esses cidadãos quiserem deslocar-se a Lisboa para, a expensas suas, requisitarem o seu cartão de cidadão, as autoridades consulares portuguesas na Índia não emitem em seu nome um título de viagem única, que é indispensável para saírem do país.

Não foi – nem é ainda – fácil o caminho dos portugueses da Índia.

Em razão da teimosia do Dr. Salazar, que tornou inevitável a ocupação militar do Estado da Índia, em Dezembro de 1961 (com o apoio tácito de todas as grandes potências, inclusive os Estados Unidos e o Reino Unido) gerou-se na região um confronto entre nacionalismos, que só os prejudicou e que deixou profundas sequelas.

A escolha da nacionalidade portuguesa (e a implícita renúncia à nacionalidade indiana) foi facilitada pela Índia, por via da criação do estatuto especial das pessoas de origem indiana (PIO). Mas ainda há fantasmas, que tornam essa opção difícil e que exigem uma especial proteção dos nossos concidadãos, em vez de, ao contrário, as autoridades portuguesas os colocarem numa situação incómoda, como é a de serem transformados em estrangeiros, com situação ilegal na terra em que nasceram.

E tudo isso apenas porque, logo que adquiram a nacionalidade portuguesa, são obrigados pela lei indiana a registar-se como estrangeiros (PIO) e a entregar o passaporte indiano, sob pena de ficarem numa situação de ilegalidade.

Só isto justificava que Goa tivesse sido o primeiro consulado da rede a dispor de um equipamento para o processamento do cartão de cidadão. Mas não tendo isso possível, justifica que, ao menos, querendo eles deslocar-se a Portugal para obterem os seus documentos de identificação, o nosso consulado lhes entregasse um título de viagem que lhes permitisse ultrapassar rapidamente a situação de quase cativos em que se colocam quando optam pela nossa bandeira.

É, literalmente, uma vergonha. Vergonha maior porque é marcada por um insulto à História e um ferrete xenófobo que os luso-indianos não merecem.



31/05/2011

domingo, maio 29, 2011

Reflexões sobre a política do tempo presente

Nunca  imaginei que Portugal pudesse chegar ao que chegou, depois de uma revolução idealista, que derrubou a ditadura de Salazar-Caetano e de um processo de modernização que todos nós julgávamos sustentável.

Aplaudi a integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia (depois União Europeia) e a adesão ao euro, convencido de que tanto a União Europeia como o sistema monetário eram projetos sérios, assentes num nível de coesão suficiente para ultrapassar todas as crises.

Estou hoje muito cético, por várias razões.

Em primeiro lugar porque a Europa (da União Europeia) se cristalizou em torno de uma burocracia, que envolve um líder fraco, perdendo o élan que teve, pela última vez, nos tempos de Jacques Delors.

Tudo o que era inimaginável passou a ser real, graças à perda de qualidade de (praticamente) todos os lideres dos países membros. Com exceção do nome da Srª Merkel, que ganhou notoriedade não derivada das melhores razões, do Sr. Sarkosy que é pequeno em tudo e do Sr. Berlusconi, que é o que é e toda a gente sabe, ninguém conhece quem está no topo do governo, na generalidade dos países membros.

A Europa tem agora um Presidente do Conselho e uma alta representante para os Assuntos Externos, de que ninguém, também conhece o nome. O primeiro foi escolhido depois de ter participado numa reunião do Bilderberg Club e a segunda deve ter sido escolhida por causa da altura.

Os discursos com que nos empolgavam dirigentes como Willy Brandt, Olof Palm, Mário Soares, François Mitterrand, Felipe Gonzalez, Bruno Kreisky, Helmut Khol ou mesmo Margareth Tatcher, foram substituídos pelo não discurso ou por discursos completamente estúpidos.

E a partir do início do século, a política passou a ser, em toda a Europa, essencialmente a concretização da definição de Paul Valery:

 «A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem.»

Para  mal de todos nós, a Europa não só não conseguiu ultrapassar ainda o síndrome gerado pela  II Guerra Mundial que, num certo sentido, a transformou num protetorado dos Estados Unidos como, ao invés, extinta a ameaça soviética, se tornou ainda mais vulnerável a todo o mal (e a pouco bem) do que tem origem na outra margem do Atlântico.

Estou convencido de que, em boa parte, isso passa pelas obediências dos protagonistas da atual política europeia, quase todos eles «formados» ou moldados pelo Club Bilderberg.  É muito interessante ler, a propósito, o que Daniel Estulin escreveu sobre Durão Barroso ou o que Mário Soares afirmou sobre a escolha de Van Rompuy.

Acabada a guerra fria parece que se finou também o velho brocardo romano (et pour cause europeu) que nos ensinava que «Roma não paga a traidores». Bem ao contrário, tudo nos indica que os traidores da Europa são hoje pagos por ela própria e não pelos beneficiários das traições.

Só isso justifica o envolvimento ativo da União Europeia e da Nato na desestabilização do norte de África e na destruição da Líbia, tão prejudiciais aos interesses das empresas europeias, a benefício, apenas, do plano americano de rentabilização da exploração do petróleo do Alaska.

Isso justifica também a canibalização de toda a pequena e média indústria da União Europeia, a pretexto de uma parceria estratégica dos Estados Unidos com a China ( e da aliança do capitalismo americano com o único comunismo vitorioso) e dos arranjos estabelecidos na Organização Mundial do Comércio.

O projeto do euro serviu, essencialmente, para ajudar a reconstrução alemã, que teria sido muito mais difícil sem a moeda única. Concluída a unificação, vêm agora apresentar-nos a conta, como se não houvesse paisagem para além da Alemanha e como se o projeto europeu que visava o equilíbrio de todos os países  membros, parasse aí ou, no máximo, no eixo franco alemão, agora arvorado numa espécie de potência colonial, por relação aos demais países da Europa continental, com duas ilhas fora do esquema, mas inseridas no mesmo, graças à sua aliança direta com os Estados Unidos.

Há quem sustente que o projeto de uma Europa federal, com um governo federal único, moeda e politica fiscal única, sempre haveria de ter a oposição dos Estados Unidos, porque seria um projeto muito mais perigoso para os interesses americanos do que o da criação da grande Alemanha com que sonhava Adolfo Hitler.

Vale a pena refletir sobre isso. Como valerá a pena re-estudar a  história do nazismo e rescrevê-la, quando  é certo que o fantasma do nazismo continua a ser o registo da maior hecatombe do século passado (6 milhões de mortos, contra 20 milhões do estalinismo e 200 milhões do maoismo).

Obviamente que não devemos estar contra a esperteza americana.

Devemos estar sim, porque somos europeus, contra a estupidez europeia, mesmo que a América nos surja como o «salvador» cada vez mais próximo. Será o natural local de exílio para os políticos corruptos que nos governam;  mas será também quem nos matará a fome, no quadro de um novo e inevitável plano Marshall, que se prepara meticulosamente.

Ainda me lembro dos tempos de criança e das latas enormes, contendo um queijo com um cheiro horrível, com que a embaixada americana abastecia as Conferências de São Vicente de Paula, espalhadas por todo aquele país de miséria, que era o Portugal do princípio dos anos 60. E as sacas de trigo, que, por falta de moagem eram confiadas aos padeiros, a troco de um determinado número de papo-secos.

A Espanha, aqui ao lado, está a caminhos 25% de desempregados. É a campeã. Mas todos nós vamos atrás, seguindo-lhe  o exemplo:  a média do desemprego na União aproxima-se dos 10% e Portugal já está nos 11,1%.

Paradoxal é que  quase ninguém tenha reparado a tempo no rumo que isto levava e que muito poucos, quase ninguém, tivesse tenha apontado os riscos de tal rumo.

A Grécia, a Irlanda e Portugal foram as primeiras vítimas da politica inconsistente e paradoxal que tem marcado a Europa, sobretudo após a introdução do euro. Estão, literalmente, falidos e são agora acossados com «programas de ajuda» que não são mais do que empréstimos usuários que ainda os enterram mais.

É  elementar regra da ciência económica aquela que nos diz que qualquer empréstimo deve ser  adequado à capacidade de endividamento e de pagamento do devedor, sob pena de se transformar em projeto de morte o próprio projeto de cura.

A capacidade de endividamento não pode, por isso mesmo, ser nem uma abstração nem um valor fora da realidade, devendo fixar-se em termos coerentes com a efetiva capacidade de  recuperação do devedor, sob pena de o asfixiar ou de o tolher,  de tal forma que ele acabará em incumprimento.

Os modelos de «ajuda» adotados no «tratamento» das economias da Irlanda, da Grécia e de Portugal são absolutamente inadequados à resolução dos problemas destes países, por várias razões.

Em primeiro lugar, porque são empréstimos de curto prazo, com taxas de juros elevadíssimas com as quais não se pretende outra coisa que não seja um intolerável anatocismo, visando o próprio crescimento da dívida e a exclusão desses países dos mercados de capitais, de forma a que possam ser explorados pelos países mais ricos, que neles ganharão milhões, nas mais valias geradas pelos diferenciais das taxas de juros

Não há, obviamente, ajuda, havendo antes exploração se as instituições internacionais e os demais países vão aos mercados buscar dinheiro a 1% para o emprestarem aos países endividados a 5% ou a 6%, com a fundada esperança de consolidar esse negócio, porque sabem, à partida que eles não conseguirão sequer pagar os juros.

Em segundo lugar, porque, para além do modelo dos empréstimos, os programas que lhes são associados são injustos e provocatórios e, por isso, suscetíveis de criar situações de rotura social e de violência.

Os clichés do Memorando de Entendimento com o FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu estão condenados a ser vistos, a muito breve prazo como instrumentos inadequados, inúteis e ridículos, à semelhança  de documentos idênticos, elaborados pelos comités centrais dos antigos partidos comunistas do bloco soviético.

Eles enfermam dos mesmos vícios, porque foram elaborados por funcionários sem conhecimento e sem preparação, à margem da sociedade e de todo o poder de matriz democrática, como se estivéssemos a assistir a uma processo de sovietização liderado por esse subproduto da velha máquina comunista que é a Srª Merkel, uma física criada na Universidade de Leipzig, que ali permaneceu até à que do muro de Berlim, sem nenhuma história de inconformismo com o decadente sistema comunista do Sr. Honecker e agora se vê transformada em líder de um conglomerado de políticos, que beberam na sua juventude os ideais e os sonhos do estalinismo e do maoismo.

É como se os europeus ressuscitassem Brejenev, Staline ou Mao Tse Tung, para por via de um cocktail dos seus antigos ídoloss, nos imporem a todos, contra toda a ilusão democrática, um plano de ação que afirmam como salvífico mas que, pelo menos os mais atentos, sabem que não dará em nada.

Por falta de líderes  - pior do que isso, com lideres de má qualidade – a Europa está à beira de perder o próprio debate das ideias e de ver sepultadas todas as que procuraram transformá-la num espaço de liberdade, segurança e justiça.

A Europa moderna, a que se reclamava da liberdade, da igualdade e da fraternidade entrou num processo de decadência cuja expressão máxima  reside na sua própria representação, decorrente do alheamento dos europeus pela política e  da ascensão ao poder de oligarcas das mais duvidosas raízes, a começar  pela referida Srª Merkel, que foi, durante toda a vida, até entrar na política, uma aparatchick protegida pelo decadente regime de Honecker, responsável pessoal pelo assassinato de 200 pessoas e libertado em 1993, quando o muro já tinha caído  e ela era ministra do governo alemão. Não se livra de ser considerada a responsável pela libertação do velho ditador.

Não consta que Passos Coelho tenha  já frequentado o curso de estratégia do Bilderberg Club, talvez porque não houve tempo.  Mas as reuniões dessa máfia financeira (que tem um peso imenso) são frequentadas por muitos portugueses,  geralmente considerados insuspeitos, o que prova  por si só que no melhor pano cai a nódoa.

Mas será, seguramente, óbvio para todos que a Democracia está decadente, quase morta, nesta Europa onde o poder reside em superstruturas que não são eleitas por ninguém e que determinam o que bem entendem, sem respeito pelas próprias constituições do Estados.

Um governo de gestão, deposto por um voto parlamentar, assinou com o Fundo Monetário Internacional, a União Europeia e o Banco Central Europeu, um gigantesco empréstimo, que o país não tem condições para pagar. Todos os partidos do Centrão o apoiaram, submetendo-se, sejam quais forem os resultados eleitorais, a um autêntico «estado de sítio financeiro», pois que tudo se passou como a Constituição tivesse sido suspensa, deixando de ser necessária a aprovação parlamentar para a contratação de empréstimos públicos.

Complementarmente (ou como condição do empréstimo) as organizações internacionais impuseram ao país um autêntico programa de governo, que contém medidas tão disparatadas (e ilegais) como a prestação de empréstimos forçados aos bancos, lançando sobre o país (que é composto por todos os contribuintes) o ónus do pagamento.

Ninguém sabe em que condições é que os recursos que são (ou já foram) entregues aos bancos poderão ser exigidos pelo Estado, mas os observadores melhor colocados indicam que são para escrever no gelo, na medida em que os bancos nada receberão, pois que tais recursos são alocados aos seus credores.

Em paralelo a tudo isto, assistimos a uma campanha eleitoral patética, em que os principais dirigentes políticos correm o país a discutir o seu próprio sexo e a sua virgindade, nada esclarecendo, nada debatendo e nada de positivo anunciando.

Parece que chegamos ao grau zero da política, como se nada houvesse a debater ou a discutir, para além da divisão dos lugares da administração e do tráfico de influências que a nova situação potencia.

Pela primeira vez, após o controlo inglês (1808-1820) Portugal  voltou a ser tratado como uma espécie de protetorado, com um governo e um parlamento fantoches que terão que obedecer aos ditames dos esquisitos funcionários da troika.

Até esta qualificação (que apenas Paulo Portas não aceita, substituindo-a pela de triunvirato) é feliz para qualificar a situação.

A palavra «troika» significava originariamente um carro conduzido por três cavalos, sendo depois usada para designar um comité de três membros.  Na União Soviética, a troika era o comité constituído pelos principais titulares do poder: o chefe do estado, o chefe do governo e o líder do partido. Mas foi  no período estalinista que a palavra troika assumiu o significado mais consentâneo com aquele com que é usada  hoje em Portugal, ou seja como um poder de exceção, desprovido de qualquer legitimidade e com capacidade para levar o cumprimento dos programas até ao limite.

No tempo de José Estaline,  as troikas substituíam o sistema legal para perseguir rapidamente dissidentes contrários ao regime ou qualquer cidadão acusado de crimes políticos.

O podo português nunca aceitou o controlo estrangeiro por muito tempo.

O que a História nos ensina é que somos um povo pacífico, mas violento no momento próprio.

Este tipo de medidas – e sobretudo a marginalização a que somos votados – é é conforme com o nosso código genético.

Francamente não acredito ( e no fim de contas não desejo) que a aplicação do Memorando seja uma coisa pacífica, porque estou convencido que será uma coisa desastrosa.

É um plano de ação que serve apenas para obrigar o país a fazer sacrifícios que salvem os banqueiros, sobretudo os estrangeiros, que emprestaram dinheiro aos bancos portugueses para a jogatina do mercado de capitais que nos entalou.

Tudo indica que a economia vai parar, obrigando os portugueses a emigrar para outros destinos e reduzindo ainda mais o crédito de impostos, indispensável  à sobrevivência do Estado.

Os portugueses do Club Bilderberg


A Bilderberg  Portugueses na Bilderberg
Sábado, Outubro 18, 2008
Texto retirado do extinto site PTNSA Sociedade Bilderberg, é um grupo americano que existe há longos anos, pouco ou nada se tem falado desta 'sociedade secreta', e muitos desconhecem a sua existência ou os seus objectivos. Este grupo sionista leva a cabo uma conspiração antidemocrática, um plano oculto de dominação mundial. Este grupo conta nas suas fileiras, Presidentes, Famílias Reais, ministros, industriais e executivos de sucesso, jornalistas, directores de estações de TV, jornais etc.
A primeira conferência da Bilderberg realizou-se em Maio de 1954, desde então esta organização secreta realiza todos os anos em diversas cidades europeias e norte americanas, conferências. A Bilderberg todos os anos preocupa-se em convidar as figuras mais poderosas ou futuros aliados, na execução da estratégia de dominação, para as suas conferências.Nestas conferências são discutidos diversos assuntos desde política a economia entre outros.
Após analisarmos os participantes destes encontros, chegamos à conclusão que nós, povo, não passamos de peças, facilmente manipuladas por estes “grandes” senhores. Considerando como exemplo a última “luta”, durante as legislativas, entre PS e PSD que serviu, e serve, para ridicularizar o povo português.
Imaginem o que se passa nos bastidores, as ricas gargalhadas que não se dão nessas reuniões à “nossa” custa. Vivemos portanto numa ditadura “invisível”, onde as nossas escolhas são limitadas a uma só “força”/”poder” com dois ou três nomes diferentes, de modo a nos iludir.Podemos tomar como outro exemplo, Pinto Balsemão, que controla jornais, empresas de publicidade e recentemente uma estação de TV.
Este senhor é convidado assíduo da Bilderberg, pelo menos desde 1988, podemos fazer uma pequena ideia de como a “nossa opinião” é controlada através desta força oculta, quem não vê TV para saber as últimas notícias nacionais e internacionais?
Quem não compra o seu jornal de manhã para saber o que se passa ao seu redor?
A maioria das pessoas não tem noção que a informação que lhes chega todos os dias através da comunicação social, que jamais é posta em causa a sua veracidade, é um excerto dos factos reais um QB de ficção.
Conferência Bilderberg em Portugal, 1999
No início de Junho de 1999, realizou-se na Penha Longa, Sintra, uma conferência da Bilderberg. Entre os participantes desta 47º conferência estavam dez portugueses, sendo Francisco Pinto Balsemão, Jorge Sampaio, Artur Santos Silva, Ricardo Salgado, Nicolau Santos, Murteira Nabo, Vasco de Melo, Marçal Grilo, João Cravinho e Joaquim Ferreira do Amaral.
De acordo com algumas fontes, a Bilderberg pagou milhões de dólares ao governo Português para este disponibilizar forças militares, policiais e helicópteros para localizar intrusos, de modo a “protegerem o seu secretismo”, pois a segurança nos encontros da Bilderberg é algo que nunca falta.
De acordo com o Jornal de Notícias havia ordens para abater qualquer “intruso” que fosse apanhado ou oferecesse resistência.
A Bilderberg também exigiu que o hotel no qual se ia realizar a conferência fosse fechado 48 horas antes desta começar.
De acordo com um jornalista do The News, que se encontrava nas imediações do hotel, foi-lhe dito que teria de abandonar o local, mas alguns minutos depois foi detido por dois polícias e esteve sob custódia durante 8 horas sendo tratado como um criminoso, o seu crime terá sido andar na via pública.
António Guterres, que participou na conferência de 1994, na Finlândia, foi, curiosamente, eleito primeiro-ministro em 95. Guterres não constou na lista de convidados da 47ª Conferência e em nenhuma outra depois da de 94.Mas existem outras coincidências iguais a estas no historial da Bilderberg.
Coincidências?
Bill Clinton que participa no encontro Bilderberg na Alemanha em 91 foi eleito presidente dos Estados Unidos da América em Agosto de 1992.Tony Blair que participa no encontro Bilderberg na Grécia em 93 torna-se líder do partido em Julho de 94 torna-se primeiro-ministro em Maio de 97.Jack Santer o anterior chefe de estado (demitido por corrupção) participou no encontro Bilderberg na Alemanha em 91 e torna-se presidente da UE em Janeiro 95.
Romano Prodi participou no encontro Bilderberg em Portugal em Junho de 99 toma posse como presidente da UE em Setembro de 99.George Robertson participa no encontro Bilderberg na Escócia em 98 e toma posse como secretário-geral da NATO em 99.Outra GRANDE coincidências é que desde ‘71 todos os líderes da NATO, pertenciam à Bilderberg.
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Portugueses na Bilderberg
Francisco Pinto Balsemão
É convidado assíduo da Bilderberg pelo menos desde 1988. Um magnata na imprensa e economia portuguesa, fundador do Jornal Expresso/Sojornal em 1972. Após a morte de Sá Carneiro em 1980, Pinto Balsemão, que até então era adjunto do primeiro-ministro, sucedeu-lhe como chefe do governo de coligação da AD. Balsemão tem um “império invejável”, tendo em sua posse desde jornais a estações de TV, tem grande influência nas mais “credíveis” e prestigiadas empresas nacionais.
António Barreto
Participou no Encontro da Bilderberg em 1992 em Evian-les-Bains, França. Ex-deputado à Assembleia Constituinte, Secretário de Estado do Comércio Externo, Ministro do Comércio e Turismo, Ministro da Agricultura e Pescas e Deputado à Assembleia da República. Publicou vários livros e artigos académicos, assim como ensaios. Colabora regularmente, desde os anos setenta, na imprensa diária, assim como na televisão. É colunista do jornal Público desde 1991.
Durão Barroso
Participou no encontro da Bilderberg aquando ministro dos negócios estrangeiros. Foi Presidente do PSD e Primeiro-ministro Português, actualmente Presidente da Comissão Europeia.
Nuno Brederode
Colunista do Semanário Expresso, Membro do Partido Socialista.
Roberto Carneiro
Participou no encontro de 92 em 1992 em Evian-les-Bains, França. É ex-Secretário de Estado da Educação, e Ministro da Educação. É consultor do Banco Mundial, da OCDE, da UNESCO e do Concelho da Europa.
Vitor Constantino
Governador do banco de Portugal
Vasco Pereira Coutinho
Participou no encontro de 91 em Baden-Baden, Alemanha e de 98 em Turnberry, Escócia. Empresário português.
José Cutileiro
Participa no encontro de 1995 em Zurich, Suiça. ex-secretário-geral na União Europeia.
José Galvão Teles
Participa no encontro de 1997 em Geórgia, EUA. Membro do PS, membro do Conselho de Estado.
Teresa Patrício Gouveia
Participa no encontro de 2001 em Gothenburg, Suécia. Deputada e porta-voz da Comissão Política Nacional do PSD, foi também secretária de Estado da Cultura durante o Governo de Cavaco Silva. É actualmente, também, presidente da fundação de SERRALVES.
Marçal Grilo
Participa no encontro de 1999 em Sintra, Portugal. Ex-Ministro da educação.
João Cravinho
Ex-Ministro da Indústria e Tecnologia do IV Governo Provisório, ex-deputado à Assembleia da República, ex-delegado nacional ao Comité de Ciência e Tecnologia das Nações Unidas. Também foi Membro do Bureau da União dos Partidos Socialistas foi Vice-Presidente do Parlamento Europeu, Ministro do Planeamento e da Administração do Território, Ministro do Equipamento.
Miguel Horta e Costa
Participou no encontro de 98 em Turnberry, Escócia. Presidente da Comissão Executiva (CEO) foi Presidente da Portugal Telecom.
Margarida Marante
Participa no encontro de 96 em Toronto, Canadá e 99 em Sintra, Portugal. Uma das mais prestigiadas jornalistas da televisão portuguesa, segundo o «The News» recusa-se a fazer qualquer tipo de declaração sobre a sua participação nestas conferências.
Vasco Mello
Participa no encontro de 99 em Sintra, Portugal. É vice-presidente do Grupo José de Mello e em ‘02 é eleito presidente da Brisa por unanimidade.
Carlos Monjardino
Presidente da Fundação Oriente.
Murteira Nabo
Participou no encontro de 99 em Sintra, Portugal. Presidente da PTFernando
Faria Oliveira
Participou no encontro de 93 em Atenas, Grécia. Da sua carreira destacam-se 10 anos de funções governativas, como Ministro do Comércio e Turismo, bem como a passagem por quatro Secretarias de Estado: Exportação, Adjunto do Primeiro-ministro, Tesouro e Finanças e ainda Adjunto. É, ainda, administrador (não executivo) da TAP - Air Portugal. Foi administrador do Banco de Fomento e Exterior, da Siderurgia Nacional, da CELBI, do ICEP, para além de empresas do Grupo IPE, director da Sorefame e docente universitário.
Carlos Pimenta
Participou no encontro de 91 em Baden-Baden, Alemanha. Participou na Coordenação do Grupo Europeu do PSD em 1998/1999. Foi euro deputado e Secretario de Estado do Ambiente.
Francisco Lucas Pires
Participou no encontro de 88. Foi coordenador geral da Aliança Democrática e ministro da Cultura e Coordenação Científica. Foi presidente do CDS entre 1983/85.A discordância quanto à política Europeia seguida pelo CDS levou-o a sair do partido e a ingressar nas listas do PSD tanto para o Parlamento Europeu como para a Assembleia da República.
Ricardo Espírito Santo
Participou nos encontros de 97 em Geórgia, EUA e 99 em Sintra, Portugal. É Presidente do Grupo Espírito Santo.
Jorge Sampaio
Participou no encontro de 99 em Sintra, Portugal. Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, é um dos principais impulsionadores da criação do Movimento de Esquerda Socialista (MES). Foi ainda co-Presidente do “Comité África” da Internacional Socialista. Em 1989, decide concorrer à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, cargo para o qual é, então, eleito e depois reeleito, em 1993. Em 14 de Janeiro de 1996, é eleito, Presidente da República, em 1996, apresentou-se de novo e voltou a ser eleito.
Niculau Santos
Participou no encontro de 99 em Sintra, Lisboa. Ex-director do Expresso.
Artur Santos Silva
Participou no encontro de 99 em Sintra, Portugal. Foi Presidente do BPI. Artur Santos Silva também foi nomeado presidente da sociedade anónima de capitais públicos (SACP) que geriu o projecto Porto 2001.
Marcelo Rebelo de Sousa
Participou no encontro de 98 em Turnberry, Escócia. É ex-Ministro dos Assuntos Parlamentares e em 1996 o secretário-geral do PSD. É também professor catedrático na Faculdade de Direito.
Miguel Veiga
Participou no encontro de 94 em Helsínquia, Finlândia. Um dos mais prestigiados advogados do Porto.
António Vitorino
Participou no encontro de 96 em Toronto, Canadá. É ex-ministro da defesa.
António Borges
Participou no encontro de 97 na Geórgia, EUA e 02 em Leiden, Holanda. É actualmente vice-presidente da Goldman Sachs Internacional à qual se juntou em 2000 no seu percurso passa por empresas como Petrogal-Petroleos, Vista Alegre, Sonae e Cimpor-Cimentos.
Elisa Guimarães Ferreira
Participou no encontro de 02 em Leiden, Holanda. Ex-representante do Ministério do Plano e Administração do Território na Comissão de Gestão Integrada da Bacia Hidrográfica do Ave (CGIBHA). Foi também Subdirectora do Programa de Investigação sobre Gestão de Recursos Hídricos financiado pela NATO e co-responsável pela candidatura a financiamento do Programa NATO-POWATERS. Ex-Ministra do Ambiente e Ministra do Planeamento. foi Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Guilherme Oliveira Martins
Participou no encontro de 02 em Leiden, Holanda. É Ministro das Finanças em 2001, na altura vice-primeiro-ministro, substituindo Joaquim Pina Moura que renunciou ao cargo. Foi também deputado do PS na Assembleia da República. Actualmente presidente do Tribunal de Contas.
Vasco Graça Moura
Participou no encontro de 2001 em Gothenburg, Suécia. Deputado ao Parlamento Europeu pelo Partido Social-Democrata. Foi Comissário-Geral da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
Freitas do Amaral
Deputado, vice-presidente e presidente da União Europeia das Democracias Cristãs em 81. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros, vice Primeiro-Ministro e ministro da Defesa. Candidatou-se à Presidência da República em 1986. Foi presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas.
Vítor M. R. Constâncio
Participou no encontro de 88. Ex-ministro das Finanças e do Plano. Foi também Secretario Nacional do PS. Em 85 foi nomeado governador do Banco de Portugal. Depois de ter sido reeleito secretário-geral do PS em 88, demitiu-se do cargo em Outubro do mesmo ano. Actualmente Presidente do Banco de Portugal
António Guterres
Participa no encontro de 94 em Helsínquia, Finlândia. Ex-Primeiro-ministro, deputado da Assembleia da República, pelo Partido Socialista, com mandato suspenso e ex-Vice-Presidente da Internacional Socialista, organização que agrupa mais de cem partidos e organizações socialistas e sociais-democratas à escala mundial. Actualmente Preside à comissão dos Refugiados da ONU.
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Chamo-me Daniel Estulin. Sou o autor de "Clube Bilderberg - Os Senhores do Mundo". Devido a algumas informações muito perturbadoras que temos recebido dos nossos amigos em Portugal, estou a escrever a todos os bloggers portugueses a pedir ajuda. Recebi informações de alguém que trabalha para a Temas & Debates em Portugal que os editores receberam FORTES PRESSÕES de membros do governo PARA NÃO VENDEREM O LIVRO acerca do Clube Bilderberg. Aparentemente este apanhou mesmo o governo de surpresa e assustou-o. Têm medo que este se torne num fenómeno mundial. De facto, está a tornar-se num fenómeno mundial, uma vez que foi editado em 28 países e em 21 línguas.Esta carta é um pedido de ajuda. Por favor enviem-na a qualquer pessoa disposta a lutar pela liberdade de expressão. O governo e o meu editor em Portugal, Temas & Debates, estão a tentar sufocar este livro porque têm medo que este possa criar uma base que se transforme num movimento populista em Portugal, como já aconteceu na Venezuela, na Colômbia e no México, nos quais a primeira edição esgotou em menos de 4 horas e causou manifestações em frente das embaixadas dos EUA, algo que, como é óbvio e devido ao bloqueio da comunicação social, você não viu nem ouviu na televisão nem na imprensa nacionais.Se não enfrentarmos estas pessoas da Tema & Debates e do governo elas irão vencer esta luta e nós, o povo, ficaremos UM POUCO MENOS LIVRES E UM POUCO MAIS PODRES INTERIORMENTE.Peço a todos aqueles que queiram ajudar que:1. Apelem a todos os bloggers que por aí andam a telefonarem para a Temas & Debates e perguntarem o que se passa e a EXIGIREM que vendam este livro. Já contactei todas as pessoas que conheço pessoalmente e estas estão a organizar uma campanha de telefonemas e de envio de cartas PARA TELEFONAREM OU ESCREVEREM À TEMAS E DEBATES E EXIGIREM UMA EXPLICAÇÃO.2. Estão dispostos a telefonar aos vossos contactos na imprensa, aos vossos amigos e aos amigos dos vossos amigos e verem se estão dispostos a publicar esta história e em ajudarem? O que o editor e o governo mais temem é O ESCRUTÍNIO PÚBLICO E A ATENÇÃO INDESEJADA.Quantas mais pessoas telefonarem e assediarem o editor, e o governo, menos possibilidades terão eles de levar essa tarefa a cabo. Se não fizermos algo seremos tão só MENOS LIVRES NO FUTURO. É ESSE O OBJECTIVO DA BILDERBERG. MAS NÃO É ISSO O QUE EU QUERO PARA OS MEUS FILHOS.Com base nas nossas fontes no Porto e em Lisboa, descobri que a muitas pessoas têm ido à FNAC à procura do livro mas que, de acordo com a FNAC, "o editor, por qualquer razão, não está disposto a vendê-lo."Posso dizer-lhes, por experiência própria em Espanha, que esta pressão funciona. Inicialmente a primeira edição foi de 4.000 exemplares que se esgotou num dia. A Planeta (a editora espanhola - nota do tradutor) estava a ser MUITO vagarosa no reabastecimento das livrarias. Organizamos uma campanha massiva na comunicação social na qual isto quase se transformou num ponto crucial para a liberdade de expressão. E funcionou. A Planeta cedeu, o livro avançou e actualmente foram vendidas mais de 65.000 cópias. Também podem divulgar este número na vossa página.Além disso, estou a organizar uma série de seminários em Portugal para falar sobre os Bilderbergers e os Planos da Ordem Mundial. Esta atenção indesejada irá irritá-los profundamente. Os Bilderbergers são como vampiros. O que odeiam mais que tudo na terra é que a luz da verdade brilhe sobre eles. ----------------------------- ***************---------------------------
A agenda secreta - documentos do Grupo Bilderberg são revelados pela primeira vez Por Gibby Zobel (in Pública, págs. 18 a 23, 26 de Dezembro de 1999)Este Verão, numa reunião altamente secreta em Sintra, pouco mais de uma centena de personalidades poderosíssimas tomaram decisões sobre o presente e o futuro do mundo.
São conhecidos como Grupo de Bilderberg, incluem chefes de Estado, membros de governos e parlamentos, chefes de alianças militares, presidentes de empresas multinacionais, líderes de bancos e organizações financeiras internacionais, tubarões dos media e das organizações ambientalistas. São os «altos sacerdotes da globalização». Conversam amigável e informalmente sobre tudo e tomam decisões. Amigável e informalmente.
O bombardeamento da Chechénia, por exemplo, foi combinado em Sintra.
No sossego de Sintra…O documento de sessenta e quatro páginas a que tivemos acesso — os documentos de Bilderberg — está datado de Agosto de 1999.
A poderosa clique transantlântica reunida na estância privada de Sintra incluiu o novo secretário para a Irlanda do Norte, Peter Mandelson, o ambientalista Jonathon Porritt, o membro do parlamento britânico Kenneth Clarke, o antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, o multimilionário tubarão da banca e do petróleo David Rockefeller, o dirigente da companhia Monsanto, Robert B. Shapiro, e o presidente do Banco Mundial, James D. Wolfensohn.
Se bem que tivessem sido discutidas as políticas asiática e africana, nenhum país destes continentes teve assento na cimeira. A delegação oficial britânica, de oito elementos, incluía os banqueiros Martin Taylor, o antigo chefe executivo do Barclay’s Bank, e Eric Roll, banqueiro dos Warburg. A eles juntou-se Martin Wolf, do Financial Times, e dois jornalistas da Economist, John Micklethwait e Adrian Wooldrige, que segundo indicações dos memorandos, prepararam este documento.
Os documentos que têm o carimbo «Proibida a divulgação», declaram: «Há 111 participantes, de 24 países. Todos os participantes falam em seu nome pessoal, não como representantes dos seus governos ou empregadores. Como é costume nos encontros de Bilderberg, com o objectivo de permitir uma discussão franca e aberta, não foram feitos quaisquer relatórios públicos da conferência».
Nenhuma das citações, de cada uma das dez sessões, é directamente atribuível ao nome de algum indivíduo, embora o moderador e os membros do painel em cada discussão estejam identificados. É tornado perfeitamente claro, no entanto, quem está a dizer o quê. Não se fica a saber quem mais está presente na audiência, mas os seus comentários são identificados com o país e a profissão de quem os fez.
***Durante quase 50 anos, uma elite dos homens mais poderosos do mundo, uma espécie de governo mundial sombra, tem-se reunido em segredo. Bill Clinton e Tony Blair pertencem ao clube. Todos os presidentes desde Ike Eisenhower também pertenceram, aliás bem como membros proeminentes do Governo britânico e de outros governos mundiais.
Bem como as pessoas que controlam o que vemos e lemos: os tubarões dos media. É talvez por isso que talvez nunca tenha ouvido falar de Bilderberg!«Filas de limusinas negras, sem qualquer espécie de matrícula à excepção de um B no pára-brisas, entraram para lá, às vezes escoltadas pela polícia, outras vezes não», descreveu uma testemunha durante a reunião deste ano, no complexo da Penha Longa, em Sintra, Portugal. «Um helicóptero sobrevoava permanentemente o local, e outros agentes de segurança patrulhavam prudentemente os arredores.
Os polícias de serviço nos portões do recinto tornaram bem claro que não passavam da ponta visível de um gigantesco iceberg de segurança».Durante dois dias e meio, relaxados num ambiente de luxo e exclusivismo, no meio de um draconiano dispositivo de segurança armada, os líderes mais poderosos discutiram as guerras do passado e do futuro, a criação de um super-estado europeu, de uma moeda global, a genética e o desmantelamento do Estado-Providência.
Em total sossego, em total secretismo, em total inimputabilidade, os encontros de Bilderberg têm formado a base de toda a política internacional durante as últimas décadas.No ano passado, o jornalista free-lancer Campbell Thomas foi preso apenas por andar a bater a algumas portas nas imediações da reunião clandestina do grupo, em Turnberry, na Escócia. Permaneceu sob custódia durante oito horas.
A respeito da mesma reunião, outros jornalistas foram informados de que até o menu do jantar era confidencial. Segundo um agente da polícia, «unidades das Operações Especiais e a C.I.A. estavam por todo o lado — eram eles que controlavam tudo».Todos os anos, desde 1954, a cimeira clandestina tem juntado as pessoas mais poderosas do mundo. Os resultados destas reuniões — onde não se decidem políticas mas onde se influenciam as decisões dos líderes mundiais — têm sido mantidos em rigoroso segredo.
De tal maneira que, quando perguntaram, na Câmara dos Comuns, ao primeiro-ministro britânico, Tony Blair, se tinha estado presente na reunião do Grupo de Bilderberg de Atenas, em 1993, ele negou.Nunca, nos seus quarenta e sete anos de história, o conteúdo das discussões da organização foi tornado público. Até agora.Pela primeira vez, os Documentos de Bilderberg — os memorandos secretos da reunião deste ano, em Portugal — foram revelados.
Do que se disse no encontro, algumas coisas são banais, outras são sensacionais. De qualquer forma, os documentos levantam o véu sobre os pensamentos de presidentes, directores de multinacionais, banqueiros mundiais, chefes da NATO e ministros da Defesa.Apesar de catorze patrões dos media e jornalistas (Pinto Balsemão é um dos poucos portugueses que pertence ao clube) de oito países terem participado este ano na reunião, nenhum deles optou por contar aos seus leitores o que se passou na Penha Longa.
Não seria nada favorável aos seus interesses ser cortado da lista da elite.Com uma lista de convidados altamente exclusiva, operações secretas e um silêncio tão rigoroso, não é de surpreender que se tenham multiplicado as teorias conspirativas em torno do Clube de Bilderberg. Desde os anti-semitas que acreditam numa elite global judaica, até às ilusões paranóicas da esquerda radical.
O efeito foi a subestimação da importância das reuniões, devido à associação com estas teorias — o que vai perfeitamente de encontro aos objectivos dos membros da organização.
Os encontros de Bilderberg começaram em 29 de Maio de 1954 num hotel holandês, do qual receberam o nome. A revista The Economist, numa rara referência à organização, em 1987, afirmou que a importância das reuniões era frequentemente sobrestimada, mas admitiu: «Quando alguém faz escala em Bilderberg, é porque já chegou».
Na reunião do ano passado, o antigo ministro da Defesa britânico George Robertson, que é agora secretário-geral da NATO, planeou estratégias com o presidente de Bilderberg e antigo chefe da NATO Lord Carrington.
O editor-chefe da Observer Will Hutton participou no encontro de Bilderberg em 1997. Ele acredita que se trata da casa dos «altos sacerdotes da globalização».
«Aqui, não é feita política», diz ele. «É só conversa. Mas os consensos a que se chega estabelecem o quadro de referência no qual se inscrevem todas as políticas, por todo o mundo».De que falaram, então, a mais de uma centena de homens poderosos na estância da Penha Longa?
Antes de mais, sobre a guerra.
A do Kosovo e a da Chechénia, com surpreendente displicência.
O documento revela que o grupo foi avisado de que, depois do Kosovo, seria dada «carta branca à Rússia para intervir na Chechénia.
A NATO não bombardeará Moscovo se a Rússia invadir a Chechénia. Mais de duas centenas de milhares de chechenos foram forçados a sair das suas casas desde que a Rússia começou os bombardeamentos, no mês passado.
Nas últimas semanas, a Administração Clinton acusou a Rússia de violar a Lei internacional. Mas os memorandos de Bilderberg tornam claro que os líderes mundiais operam num ambiente onde a Lei internacional se tornou obsoleta e a NATO está em risco de se transformar efectivamente numa potência colonial.Apesar das posições oficiais de Tony Blair sobre o Kosovo, a histórica guerra da NATO foi menosprezada em Bilderberg.
«O estado de espírito na reunião foi surpreendentemente brando, com as atenções voltadas mais para o dia seguinte do conflito», é assim que começa a discussão sobre o Kosovo. Henry Kissinger, antigo secretário de Estado norte-americano, entra na conversa, afirmando que o Kosovo «pode muito bem ser o Vietname desta geração».
A NATO está em risco de substituir o império otomano e os impérios dos Habsburgos, com a sua série de protectorados permanentes, acrescentou, Kissinger.Outro participante avisou que, no caso do Kosovo, as tropas poderiam ter de ficar no território por mais 25 anos. Kissinger, por seu lado, disse sentir que essa possibilidade abria as portas à acusação de colonialismo.
«Como é que se convence países como a China, a Rússia ou a Índia de que o novo mandato da NATO não é apenas uma nova versão da ameaça do homem branco — o colonialismo?», interrogou Kissinger.
Charles D. Boyd, executivo do US National Study Group, disse que o Kosovo não passa agora de uma terra devastada, um desastre humanitário comparável ao Cambodja.
«A NATO usou a força como um substituto para a diplomacia, e não apenas para a apoiar. Usou a força de forma a minimizar o perigo para si própria, mas de forma a maximizar o perigo para as pessoas que era suposto proteger».
Um político britânico não identificado pôs em questão «a capacidade da NATO continuar a trabalhar em conjunto depois do fim da guerra». Avisou que «haveria pouco entusiasmo popular quando se tratasse de reunir recursos imensos para resolver os gigantescos problemas da região».
Peter Mandelson disse ao grupo que «dois caminhos se abrem em frente da NATO. Um leva a uma nova divisão da Europa, com o continente a regressar aos seus velhos métodos etnocêntricos. Neste cenário, a ONU não teria praticamente poderes, a Rússia e China ficariam excluídas e a NATO seria pouco mais do que uma força de polícia.
O segundo caminho é algo próximo da Europa do século XIX, com todas as grandes potências — não apenas os EUA e a UE mas também a Rússia, China e Japão cooperando».Gigantes do mundo banqueiro global, num debate intitulado «Redesenhando a Arquitectura Financeira Internacional», discutiram o conceito de dolarização, que irá certamente pôr os eurocépticos numa roda-viva.
À volta da mesa estavam o deputado britânico Kenneth Clarke, Martin S. Feldstein, presidente do National Bureau of National Research, Stanley Fisher, vice-director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ottmar Issing, membro da direcção do Banco Central Europeu, e Jean Claude Trichet, governador do Banco de França.
Bilderberg é tido por ser o berço da moeda única europeia.
O vice-director do FMI abriu a discussão: «Vale a pena assinalar que esta é a primeira reunião de Bilderberg em que o Euro é já um facto, e não um mero tópico de discussão».
Durante a conversa, «um dos membros do painel tinha a certeza de que, se o Euro funcionasse, outras moedas regionais surgiriam. Outros levantaram a questão da dolarização (transformar o dólar na única moeda mundial) como uma cura possível».
Houve uma voz dissonante: «A única razão possível para que alguém submeta o controlo das suas políticas monetárias a Washington (onde ninguém tomará decerto decisões com base no que interessa a Buenos Aires) seria as miseráveis performances financeiras dos governos em questão».Recentemente tornado no maior mercado de consumo do mundo, a China foi discutida na reunião, onde se estabeleceram as bases para um acordo promovido pelos EUA nas vésperas da cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Seattle.
Segundo este acordo, Pequim vê ser-lhe reconhecido o estatuto da Nação Mais Favorecida no comércio com a América, o que significa que as críticas aos abusos dos direitos humanos ficam de fora da agenda das reuniões do OMC para sempre.
Em Bilderberg, o acesso da China ao clube do grande comércio mundial dominou várias discussões. Mas o tema das relações entre os países ficou um pouco esquecido, perante o caso da aquisição, pela China, de tecnologia nuclear americana roubada e a morte de três chineses no bombardeamento da embaixada em Belgrado.
Um participante americano estava «particularmente aborrecido com a forma como o governo chinês permitiu que manifestantes apedrejassem a embaixada americana», em resposta. «Isso foi ainda pior do que espionagem».
Outro americano apontou o «problema das altamente ineficientes indústrias detidas pelo Estado».
Disse: «As lideranças parecem estar decididas a resolver este problema, mas não poderão tolerar mais de 20 milhões de desempregados».
Mas ser membro da OMC levará ao surgimento em massa do desemprego na China. O membro do Clube de Bilderberg, James D. Wolfenshon, que preside ao Banco Mundial, estimou que cerca de 50 milhões de trabalhadores em empresas do Estado precisam de ser dispensados nos próximos cinco anos, para tornar a China eficiente.
Um «participante internacional» levantou a questão dos direitos humanos e «avisou sobre um certo burburinho vago a respeito do Tibete». Mas, com o estatuto de Nação Mais Favorecida, o mais provável é que esse burburinho continue sem ser ouvido, uma vez que qualquer embargo comercial seria ilegal, segundo as regras do livre comércio.
Os gigantes da biotecnologia global encontraram-se à porta fechada, na reunião de Bilderberg, com um dos mais proeminentes ambientalistas britânicos. Isto durante o auge dos protestos contra a comida geneticamente modificada, que rebentaram este Verão.
O facto de a genética ter sido trazida para a agenda da «peso pesado» cimeira de Bilderberg relaciona-se com uma campanha que está em curso, em grande medida na Grã-Bretanha, de destruição dos cereais geneticamente modificados, e a batalha das organizações de defesa do consumidor.
O debate, intitulado «Controvérsias actuais: a genética e as ciências da vida», foi presidido por Jan Leschly, da Smithkline Beecham Co., empresa baseada na Grã-Bretanha e que vale 75 mil milhões de dólares. Leschly disse que, no futuro, haverá apenas seis multinacionais farmacêuticas, em oposição às centenas que hoje operam.
Os relatores do grupo de trabalho foram o ambientalista Jonathon Porritt e Robert B. Shapiro, presidente da empresa-pária da genética industrial mundial Monsanto.
Entre os participantes encontrava-se Daniel L. Vasella, presidente da firma de biotecnologia Novartis (valor de mercado de 103 milhões de dólares).Neste momento, disse Leschly, «o debate político tem-se centrado não nas biotecnologias humanas vermelhas, mas nas verdes, ou seja, na produção agrícola e particularmente na comida geneticamente modificada».Houve algumas admissões surpreendentes.
Shapiro reconheceu que «há genuínas e legítimas preocupações ambientais no que respeita à forma como as novas sementes afectarão os ecossistemas».
Enquanto o ambientalista Porritt, antigo chefe dos Amigos da Terra, concordava que Shapiro «pode ter razão ao dizer que muitos benefícios virão da comida geneticamente modificada, como já aconteceu com a manipulação genética aplicada à indústria farmacêutica».
«Desde a descoberta do DNA que os cientistas têm vindo a criar toda uma nova série de instrumentos para fazer avançar o nosso domínio sobre a Natureza», argumentou Shapiro.
Porrit contrapôs que «as empresas gastam fortunas a tentar persuadir os governos a impor as menos rigorosas regulamentações. E no entanto os efeitos dos procedimentos errados serão incomensuráveis.
A modificação genética será a luz de aviso de toda a espécie de ansiedades sobre o mundo industrial e a arrogância do Homem».
Foram referidos os protestos crescentes em todo o mundo sobre a comida geneticamente modificada, e um sueco argumentou que a situação assemelha-se à da energia nuclear há vinte e cinco anos — «uma batalha que os interesses empresariais perderam».
Um americano fez notar que «toda a actividade científica produz-se no mundo rico, mas 95% dos genes com os quais se trabalha vêm do mundo em desenvolvimento».Num outro debate, «Que duração terá a actual compleição cor-de-rosa da política europeia», os cortes da Grã-Bretanha na segurança social foram postos num contexto mais amplo.
A Nova Esquerda, argumentou um britânico, estava a consolidar as vitórias da Direita. Os fracassos eleitorais da Direita tinham sido em larga medida auto-infligidos e a Esquerda ainda poderia provar ser mais competente para reformar o Estado-Providência.
Com 17 milhões de desempregados, seria mais fácil para alguém que se proclama socialista impor a mudança. A reformulação da segurança social, disse um elemento do painel, seria o «encargo dos esquerdistas».
Os governos teriam de pensar como homens de negócios. Mas nem todos os governos socialistas da Europa tinham compreendido isso.
O grupo considerou que à Alemanha, à França e à Itália faltava coragem para os «necessários cortes na segurança social».
O medo que os governos têm dos tumultos sociais foi a principal razão apontada para a falta de acção neste campo. Como notou um participante britânico, «as coisas só mudarão quando o preço de não fazer nada surja como verdadeiramente mais elevado do que o de fazer alguma coisa.»
A maioria do grupo considerou que a Nova Esquerda europeia não passava de «uma versão geneticamente modificada» da velha esquerda. «Hoje, o que existe é apenas uma rotação de poder» observou um alemão. «Geralmente, o verdadeiro poder reside nos bancos centrais». A esta ideia foi dada grande ênfase nas discussões sobre a introdução da dolarização.
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Clube de Bilderberg
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O Clube de Bilderberg é uma conferência anual não-oficial cuja participação é restrita a um número de 130 convidados, muitos dos quais são personalidades influentes no mundo empresarial, acadêmico, mediático ou político. Devido ao fato das discussões entre as personalidades públicas oficiais e líderes empresariais (além de outros) não serem registradas, estes encontros anuais são alvo de muitas críticas (por passar por cima do processo democrático de discussão de temas sociais aberta e publicamente) e de inúmeras teorias da conspiração. O grupo de elite se encontra anualmente, em segredo, em hotéis cinco estrelas reservados espalhados pelo mundo, geralmente na Europa, embora algumas vezes tenha ocorrido no Estados Unidos e Canadá. Existe um escritório em Leiden, nos Países Baixos.
Índice
1 Origem do nome
2 Origens e objetivos da primeira conferência anual
3 Propósito
4 Perspectivas acerca da natureza do grupo
5 Participantes
6 Reuniões
7 Veja também
8 Referências
9 Ligações externas
[editar] Origem do nomeO título "Bilderberg" vem do que é geralmente reconhecido como o local em que ocorreu a primeira reunião oficial em 1954 - o Hotel de Bilderberg em Oosterbeek, perto de Arnhemia na Holanda. Embora a conferência não seja considerada um grupo de tipo algum, muitos participantes são freqüentadores regulares, e os convidados são freqüentemente referenciados como pertencentes a um secreto Grupo de Bilderberg.
[editar] Origens e objetivos da primeira conferência anualA primeira conferência Bilderberg sediou-se no Hotel de Bilderberg, perto de Arnhemia, de 29 de maio a 30 de maio de 1954. A idéia da reunião foi dada pelo emigrante polonês e conselheiro político, Joseph Retinger. Preocupado com o crescimento do antiamericanismo na Europa Ocidental, ele propôs uma conferência internacional em que líderes de países europeus e dos Estados Unidos pudessem se reunir com o propósito de promover a discussão entre as culturas dos Estados Unidos e Europa Ocidental. Retinger se aproximou do Príncipe Bernard da Holanda que concordou em promover a idéia, em conjunto com o primeiro ministro belga Paul Van Zeeland. A lista de convidados deveria ter sido formada pelo convite de dois participantes de cada país, representando pontos de vista liberais e conservadores (ambos os termos utilizados no sentido estadunidense), respectivamente. Para que a reunião ocorresse, foi necessário organizar uma conferência anual. Um comitê executivo foi criado, sendo que Retinger foi indicado como secretário permanente. Juntamente como a organização da reunião, o comitê realizou um registro do nome dos participantes e informações para contato, com o objetivo de criar uma rede informal de pessoas que pudessem se comunicar entre si com privacidade. O propósito declarado do Grupo Bilderberg foi estabelecer uma linha política comum entre os Estados Unidos e a Europa Ocidental. O economista holandês Ernst van der Beugel se tornou secretário permanente em 1960, após a morte de Retinger. Príncipe Bernardo continuou a ser o presidente das conferências até 1976, ano em que se envolveu no escândalo da Lockheed, que consistiu no envolvimento em processos relativos a recebimento de suborno para favorecer a corporação estadunidense em contratos de compra dos jatos [[F-104G Starfighter]] em detrimento dos Mirage 5. Não houve conferência naquele ano, mas os encontros voltaram a ocorrer em 1977, quando Alec Douglas-Home, ex-primeiro-ministro britânico, assumiu a presidência. Na seqüência, Walter Scheel, ex-presidente da Alemanha, Eric Roll, ex-presidente do banco SG Warburg e Lord Carrington, ex-secretário-geral da OTAN.
[editar] PropósitoA intenção inicial do Clube de Bilderberg era promover um consenso entre a Europa Ocidental e a América do Norte através de reuniões informais entre indivíduos poderosos. A cada ano, um "comitê executivo" recolhe uma lista com um máximo de 100 nomes com possíveis candidatos. Os convites são enviados somente a residentes da Europa e América do Norte. A localização da reunião anual não é secreta, e a agenda e a lista de participantes são facilmente encontradas pelo público, mas os temas das reuniões são mantidos em segredo e os participantes assumem um compromisso de não divulgar o que foi discutido. A alegação oficial do Clube de Bilderberg é de que o sigilo previniria que os temas discutidos, e a respectiva vinculação das declarações a cada membro participante, estariam a salvo da manipulação pelos principais órgãos de imprensa e do repúdio generalizado que seria causado na população. A teoria que mais se opõe á teoria oficial diz que o Clube Bilderberg tem o propósito de criar um governo totalitário mundial.
[editar] Perspectivas acerca da natureza do grupo
A alegada justificativa do grupo pelo sigilo é que isso permite que os participantes falem livremente sem a necessidade de ponderar cuidadosamente como cada palavra poderia ser interpretada pelos órgãos de comunicação de massa. Alguns, entretanto, consideram a natureza elitista e secreta das reuniões como antiético em relação aos princípios da inclusão em sociedades democráticas.
[editar] Participantes
Participantes do Bilderberg incluem membros de bancos centrais, especialistas em defesa, barões da imprensa de massa, ministros de governo, primeiros-ministros, membros de famílias reais, financistas internacionais e líderes políticos da Europa e da América do Norte. Alguns dos líderes financeiros e estrategistas de política externa do Ocidente participam do Bilderberg. Donald Rumsfeld é um Bilderberger activo, assim como Peter Sutherland, da Irlanda, um ex-comissário da União Européia e presidente do Goldman Sachs e British Petroleum. Rumsfeld e Sutherland compareceram em conjunto em 2000 na câmara da companhia de energia suíço-sueca ABB. O político e professor universitário Jorge Braga Macedo e Francisco Pinto Balsemão são dois exemplos portugueses. O ex-secretário de defesa dos Estados Unidos e atual presidente do Banco Mundial Paul Wolfowitz também é um membro, assim como Roger Boothe Jr. O presidente atual do grupo é Etienne Davignon, empresário e político belga.
[editar] Reuniões
1954 Hotel de Bilderberg em Oosterbeek, Países Baixos
18 a 20 de março de 1955, em Barbizon, França e (23 a 25 de setembro) em Garmisch-Partenkirchen, Alemanha Ocidental
11 a 13 de maio de 1956 em Fredensborg, Dinamarca
1959 em Yesilkoy Istambul, Turquia
22 a 24 de abril de 1975 em Cesme Esmirna, Turquia
1976 não houve conferência
22 a 24 de abril de 1977 em Torquay, Inglaterra
21 a 23 de abril de 1978 em Princeton, Nova Jérsei, Estados Unidos
27 a 29 de abril de 1979 em Baden, Áustria
18 a 20 de abril de 1980 em Aachen, Alemanha Ocidental
15 a 17 de maio de 1981 em Bürgenstock, Suíça
14 a 16 de maio de 1982 em Sandefjord, Noruega
13 a 15 de maio de 1983 no Château Montebello em Montebello, Quebec, Canadá
11 a 13 de maio de 1984 em Saltsjöbaden, Suécia
10 a 12 de maio de 1985 em Rye Brook, Nova Iorque, Estados Unidos
25 a 27 de abril de 1986 em Gleneagles, Escócia
24 a 26 de abril de 1987 em Villa d'Este, Itália
3 a 5 de junho de 1988 em Telfs-Buchen, Áustria
12 a 14 de maio de 1989 em La Toja, Espanha
11 a 13 de maio de 1990 em Glen Cove, Nova Iorque, Estados Unidos
6 a 9 de junho de 1991 em Baden-Baden, Alemanha
21 a 24 de maio de 1992 em Evian-les-Bains, França
22 a 25 de abril de 1993 em Vouliagmeni, Grécia
2 a 5 de junho de 1994 em Helsínquia, Finlândia
8 a 11 de junho de 1995 em Zurique, Suíça
30 de maio a 2 de junho de 1996 no CIBC Leadership Centre em Toronto, Canadá
12 a 15 de junho de 1997 no Pine Isle resort em Lake Lanier, Geórgia, Estados Unidos
14 a 17 de maio de 1998 em Turnberry, Escócia
3 a 6 de junho de 1999 no Caesar Park Hotel Penha Longa em Sintra, Portugal
1 a 3 de junho de 2000 no Chateau Du Lac Hotel em Bruxelas, Bélgica
24 a 27 de maio de 2001 em Gotemburgo, Suécia
30 de maio a 2 de junho de 2002 no Westfield Marriott em Chantilly, Estados Unidos
15 a 18 de maio de 2003 em Versalhes, França
3 a 6 de junho de 2004 em Stresa, Itália
5 a 8 de maio de 2005 no Dorint Sofitel Seehotel em Rottach-Egern, Alemanha
8 a 11 de junho de 2006 no Brookstreet Hotel em Otava, Ontário, Canadá
31 de maio a 3 de junho de 2007 em Istambul, Turquia
5 a 8 de junho de 2008 no Westfields Marriot Hotel, Chantilly (Virgínia), Estados Unidos
[editar] Veja também
Bosque boêmio
Clube de Roma
Conselho de Relações Exteriores
Commissão Trilateral
Fórum Econômico Mundial
David Rockefeller
Geopolítica
Cabal Online
ONGs
Rothschilds
Rockefellers
Capitalismo
Internationalismo
[editar] Referências
A Verdadeira Historia do Clube Bilderberg, de Daniel Estulin. Editora Planeta do Brasil, 2006. ISBN: 8576651696
La Verdadera Historia del Club Bilderberg, de Daniel Estulin, págs 240. ISBN: 8484531570
Clube Bilderberg: Os Senhores Do Mundo, de Daniel Estulin.
[editar] Ligações externas
Clube Bilderberg: o Governo Mundial na sombra - Mídia sem máscara
Os superdonos do mundo
Os BilderBerg
Bilderberg - o plano oculto de dominação mundial - artigo Revista Humanus
Todos os portugueses de Bilderberg
Antonio Patricio